
Sempre tive um carinho especial pelos idosos. Muitas vezes me vi mais “derretida” por um idoso que por um bebê “rechonchudo”. Eles me encantam.
Gosto de conversar, beijar e cuidar. Gosto do cheiro, da pele, do papo. Como eles nos ensinam!
Esse grupo, composto por nossos pais, avós, tios, chefes, vizinhos – todos tão especiais em nossa história- tem sentido muito os efeitos da pandemia.
Além de comporem grupo de risco, carecendo de foco redobrado, estão muito amedrontados com todos os números e casos que vêem sobre parentes, amigos e população em geral. As notícias (nada boas) não param de chegar até eles, como mísseis em uma guerra contra um inimigo invisível.
Temem pelos filhos, temem por sua saúde, pela sua vida. E, de medo em medo, tem ficado cada vez mais ansiosos, querendo manter sobre controle os monstros que resolverem “despertar” ou crescer.
Isolados, distantes de parentes, tem ficado muito sofridos com a solidão, a qual os tem tornado tão enfermos quanto o vírus.
O distanciamento social tem sido tão pesado quanto os efeitos colaterais do coquetel contra o vírus. É que, pra eles, ficar tanto tempo sem um abraço dá um dor danada! E ela só aumenta.
Sim, a terceira idade está no grupo especial. Mas, antes de tudo, deveria estar no “grupo de atenção”.
Cuidar, conversar e distrair essas pessoas, dando e compartilhando carinho, é muito mais que um ato essencial. É prioritário.
É (mais que) hora de dar aos nossos idosos a atenção que precisam. E esse cuidado vai além de usar máscara, passar alcool e evitar contato. É dar um jeito de estar perto, sem usar a desculpa de precisar estar longe.